Vamos amar agora porque em breve vamos morrer

Como cantava Tom Jobim, “…é impossível ser feliz sozinho…”, muitas pessoas acreditam que só estarão completas quando encontrarem o par perfeito, a metade da laranja, a alma gêmea, e é devido a esse desejo que observamos a aparição de fenômenos como o aplicativo Tinder e o vídeo “primeiro beijo”.

Tendências como essas ganham destaques na mídia, mas qual a surpresa? Por mais que o mundo esteja em mudança constante e isso altere o comportamento humano, o que realmente as pessoas procuram e o que elas sempre irão buscar é o amor.

Quem não quer ouvir uma declaração de amor, dormir agarradinho, ter alguém para ligar nos momentos de felicidade ou tristeza?

Hoje, o Tinder possui mais de 10 milhões de brasileiros conectados. Criado nos EUA, o aplicativo chegou no Brasil em agosto de 2013. É utilizado tanto por aqueles que buscam algo sério, como por quem procura apenas diversão. Há registro de casos que deram certo, mas cada caso é um caso.

tinder

Tela do aplicativo Tinder, gostou ou não gostou?

A utilização do aplicativo é bem simples. Quando você acessa pela primeira vez, ele puxa alguns dados do seu perfil no Facebook, aparecem até seis fotos, algumas linhas para autodescrição, o primeiro nome e idade. A partir daí, abre uma tela para configurar as informações como distância do pretende, idade e sexo. Depois são exibidas fotos e você tem a opção de gostar, ícone de um coração, ou não curtir, ícone de um X. Se rolar uma combinação entre os usuários, o Tinder abre um chat para que o primeiro contato aconteça.

Eu experimentei o aplicativo por alguns dias, tive receio porque nunca acreditei em relacionamentos que se originam pela internet. Confesso que a princípio achei bem interessante devido a quantidade de pessoas as quais tive acesso, mas depois passei a enxergar o Tinder como uma vitrine, no qual as pessoas se expõem, se você gostou leva para casa, caso contrário, dispensa como uma roupa que não caiu bem.

Conversei pessoalmente com as pessoas que conheci pelo Tinder, pelo menos, a maioria cuja a conversa evoluiu para o WhatsApp ou Facebook, mas dos oitos garotos que conheci, nenhum deles me despertou um desejo maior. Hoje apenas um se tornou meu amigo.

Nunca acreditei que encontraria alguém especial no Tinder, porque a proposta do aplicativo nunca bateu com a minha ideia de conhecer pessoas, antes de tudo, gosto do olhar. O meu interesse começa na troca de olhares, mas cada um pensa de uma forma, o que não deu certo para mim, deu para outros.

Outro fenômeno que surgiu na internet foi o vídeo intitulado “First Kiss” (primeiro beijo), com mais de 50 milhões de acessos, ele mostra pessoas desconhecidas se beijando. A campanha publicitária foi desenvolvida pela grife Wren de roupas femininas de Los Angeles.

Por que tantas visualizações?

Talvez a curiosidade de entender as relações humanas, de ver a reação de pessoas ao beijar um estranho, a vontade de beijar ou ser beijado por um desconhecido, não sei.

Como o vídeo foi viralizado pelo mundo inteiro, onde há tantas culturas diferentes, algumas delas não acostumadas a demonstrar sentimentos de forma tão explícitas, provocou diversas reações, desde quem achou a mensagem linda, a quem não viu nada de mais ou questionou o ato de beijar alguém sem sentimento. Normal, não se tem como agradar todo mundo.

Talvez naquele momento, os segundo que antecederam o beijo, com a ajuda da belíssima trilha “We Might Be Dead Tomorrow” tenha criado todo o clima e o sentimento esperado.

Mas vejo que ainda há esperança, pois se alguém levantou a questão, se é possível beijar outra pessoa sem sentimento, nem tudo está perdido. Porque a pergunta que hoje sempre faço aos meus conhecidos é: como é possível ter relação sexual sem sentimento?

Aos amantes que acreditam no amor verdadeiro, puro, sem maldade, sem cobranças, sem apego demasiado, que movimentam aplicativos, vídeos, e o que for preciso em busca da essência do real amor, continuem nas suas jornadas, pois nessas tentativas, casais vão se encontrando, sentimentos são despertados e o mundo fica um pouco mais bonito.

 


Rio de Janeiro, você foi feito para mim!

Rio de Janeiro

Ao contrário do poema de Manuel Bandeira, Terasa, no qual o personagem só se apaixona na terceira vez que a encontra, bastou ver o Rio de Janeiro uma única vez para o céu e a terra se misturarem. Parecia que Deus queria me mostrar a beleza daquela cidade que por muito tempo eu mantive certa repulsa, parte da culpa, eu acredito que venha desse sensacionalismo em relação à violência da cidade.

Não estou aqui para criticar, apenas declarar o meu amor ao berço de Vinicius de Moraes e Tom Jobim.

Quando resolvi conhecer o Rio, cheguei ao aeroporto Santos Dumont, mas antes que o avião pousasse o piloto arremeteu, ao invés de ficar assustada, como algumas pessoas ficariam nesta situação, o fim daquele voo foi interrompido como se Deus dissesse: veja minha filha que lugar lindo! Vi o Cristo, o Pão de Açúcar, e os meus olhos brilharam como os da menina ruiva ao ver o basset de Clarice Lispector.

Logo conheci o lugar pelo qual me apaixonei: o Jardim Botânico. A paz que eu encontrei foi indescritível, muitas vezes me perguntava se as outras pessoas que já passaram por ali, também sentiam como eu aquela majestosa natureza.

Chafariz das Musas

Localizado na parte central, as quatro figuras representam a música, a poesia, a ciência e a arte.

Réveillon em Copacabana

Decidi voltar ao Rio nas duas datas das mais importantes do nosso calendário brasileiro: ano-novo e Carnaval. Que loucura o ano-novo em Copacabana. Enquanto várias pessoas me avisavam sobre o perrengue que é passar o réveillon naquele local, eu como toda turista ou simplesmente apaixonada pelo Rio, como prefiro a definição, não resisti.

Isso foi a minha primeira mágoa com a cidade, digo mágoa, pois decepção é uma palavra muito forte para o meu sentimento em relação ao Rio. Quanta gente! Milhões e milhões de pessoas, filas enormes para os poucos banheiros químicos do local, o som, mal se ouvia a 10 metros de distância, e que luta para chegar até areia e ver a tão esperada queima de fogos.

Passado o sufoco, agora sim, como foi emocionante àquela queima de fogos, parecia que eu estava em uma terra encantada, outro mundo. Um mundo fantástico e surreal de arrancar lágrimas dos desavisados que se entregam ao momento no qual milhares de pessoas, unidas em pensamentos, desejam paz, amor, felicidade e todos os sentimentos mais positivos do planeta.

Mas a minha frustração continuava, pois a chuva não parava de cair, por um lado, lavava a alma do povo que esperava pela oportunidade de um novo começo, inclusive eu. Por outro, existia a angústia de estar encharcada, cansada, já que optei em chegar cedo e naquela altura do campeonato estava há sete horas andando de lá para cá. A questão era como ir embora? Não havia ônibus, os táxis não paravam, e existia o desespero de chegar em casa, mas como? Além disso, a vontade de fazer xixi consumia a minha resistência psicológica.

Dentre os anjos que Deus colocou na minha vida, naquela noite encontrei um carioca um pouco bêbado (sim, os anjos estão disfarçados, acredite!), com a orientação dele, andamos de Copacabana a Botafogo, mais ou menos uma hora de caminhada, até conseguirmos um transporte público, pois os táxis não paravam e quando paravam, cobravam um valor exorbitante.

Consegui chegar à Barra, mas só depois de fazer xixi na rua, diga-se de passagem lamentável eu sei, aguentar um xaveco muito ruim, mas engraçado do meu novo amigo e pegar carona na caçamba de um motorista solidário que trazia um grupo de perdidos até suas casas.

Carnaval

Carnaval

Celebração no Parque do Flamengo

Outra data que fiz questão de passar no Rio foi o carnaval. Ah o Carnaval, que maravilha, agora com muito sol, blocos tradicionalíssimos pela minha cidade, sim, já a adotei.

Um dos blocos que mais gostei, adivinha, passou no Jardim Botânico, tudo lindo, com direito as clássicas marchinhas. Como é bonito o Carnaval no Rio, música, dança, tradição, indivíduos de todas as raças, credos e religiões.

Entre tantas pessoas que nasceram para fazer parte de um lugar, estava eu ali, com o desejo de me tornar parte daquela cidade. Dancei, me fantasiei, beijei e aproveitei aquele momento de exaltação da alegria.

O Rio de Janeiro mistura a natureza há uma arquitetura antiga, bairros tradicionais e muita cultura. Fui embora do Rio sem deixar de conhecer Santa Teresa e a Lapa, que boêmia! Muitos turistas, a maioria estrangeiros, buscando a essência do Rio.

Preciso deixar também o meu relato de que conheci o Rio “a La elite”. Copacabana, Barra da Tijuca, Leblon, Ipanema e Lagoa Rodrigo de Freitas, mas não posso descrever como são as favelas, o morro, onde vivem milhares de pessoas que precisam lutar para sobreviver neste mundo.

Não posso dizer como é a rotina de quem acorda cedo, pega trânsito para chegar ao trabalho, à escola, ao compromisso. Tenho apenas a visão de uma pessoa que estava ali para se divertir, em um momento egoísta de satisfação própria, alheia aos problemas sociais e ao caos de uma cidade grande.

Talvez eu volte e conheça o outro lado, no qual acredito não mudará o sentimento que tenho por esta cidade maravilhosa, que como dizia Caetano, é cheia de encantos mil e conquistou o meu coração.


Coz one day everything’s gonna get over…

I know each second that I lived in Australia, which was days of sadness or happiness, worth it. I believe that I’m young to say it was the best time in my life, but I can say that I will always remember it, for sure. It was paradise on the earth.

One friend of mine said this time was like “fake life”, because we were living totally different of us routine in us home country. Maybe she was right, but was not it the thing which we were looking for?!

I have developed my knowledge, learning with life. In this journey, I met people who were my brothers, my sisters, my parents, my friends in hard and pleasant days. I learned a lot with each one of you guys. Does not matter if I spent months and months with you or few moments of laughs and good conversation. You are in my heart and my steps never will be the same.

I think we are supporting in your life, living and learning every day from us mistakes and successes. We never know when will be the last scene in this spectacle. We think that we can decide about everything, but we are wrong. Just a second for everything change and we don’t have power about it. We must take life the way it comes at we and make the best of it. Never give up. We just have this life to be happy and the moment is now.

I’m in the mix of inexplicable feelings. Sometimes I want smile and cry, I want stay and come back, but I know that cross the Pacific Ocean is not means just spend more than 16 hours inside the airplane, but cross the line between a life of dreams of the real life. I could avoid the reality, escape and keep in my “fake life”, but is time to face it, try to change and make it better. So let’s do it.

Photo from Brisbane, state of Queensland, Australia.


A maior perda

No dia 31 de dezembro de 2009, dez e meia da noite, Dona Edna Maria Cabral Peixoto, de 49 anos, ex-professora e sacristã da igreja matriz São Luiz de Tolosa, sobe na torre para tocar o sino e cumprir a tradição de anunciar o fim da missa e o ano que se aproximava. Chovia muito e nesse momento ela teve um leve pressentimento de que seria a última vez que ela faria aquilo. “Subi para tocar o sino, quando eu terminei de bater, a minha cabeça ficou cheia de pedacinhos do teto. Eu pensei, qualquer hora esse sino cai na cabeça da gente”.

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Igreja Matriz São Luiz de Tolosa, símbolo da cidade

Dona Edna vai para a casa e no caminho lembra de uma vez que escutou o pai e os tios comentarem que muito tempo atrás, por causa de uma forte chuva, a água chegou à escadaria da igreja. No dia seguinte, quando ela viu que a água já estava atingindo a praça, novamente começou a temer por uma desgraça. E pensou: “Meu Deus, se essa água chegar até a igreja, ela vai desmoronar”.

A igreja havia passado pela última reforma em 1930, e, segundo a sacristã, estava precisando de novas reformas. Dona Edna afirma que lá dentro era possível ouvir vários estalos na estrutura, principalmente quando ela entrava sozinha para soar o sino todos os dias antes das seis horas da manhã. Conforme os próprios sinais da edificação já profetizavam, a igreja não suportou a enchente.  Para as pessoas que tiveram toda uma vida atrelada ao templo, o que restou foram as lembranças.

 Ícone por gerações 

 A sacristã cresceu brincando dentro e fora da igreja. Das escadarias via a fanfarra passar. “Eu nasci em frente a igreja e cresci ali”, afirma. O destino de sua filha, a estudante de pedagogia Daniele Peixoto, de 23 anos, também não seria diferente. A jovem relatou ter vivido a infância e adolescência dentro da igreja: foi batizada, fez a primeira comunhão, crisma e a cerimônia do casamento.

As duas relembram seus casamentos realizados na Igreja matriz. A ex-professora conta que a igreja permaneceu a mesma todos esses anos e que na véspera do casamento, em 16 de outubro de 1982, ela mesma saiu para colher as flores para enfeitar o local. “Eu levei os copos de leite que colhi no campo para o altar, apesar de não precisar de muito luxo, porque a igreja em si era linda”. Ela lembra que o templo era conservado com muito zelo, as toalhas muito bem cuidadas e sempre a mesma pessoa se dedicava a conservar o bem mais precioso da cidade.

“Como ela era bonita, toda desenhada, cheia de anjos, santos…”

O casamento de Daniele foi o penúltimo a ser realizado na Igreja matriz. A jovem quase perdeu a oportunidade de concretizar o sonho de se casar no mesmo lugar que a mãe, porque a cerimônia estava prevista para 2010. “Era para eu ter casado este ano, mas eu comecei a me precipitar. Ainda bem que eu casei logo, do contrário não teria o meu sonho realizado”.

A visão da igreja desmoronando e o sentimento de ver o que restou é o que mais incomoda Daniele e sua mãe. Foi a pior sensação da vida delas. “Eu não sabia o que fazer, se chorava, se gritava, foi um sentimento horrível, uma dor imensa”, diz a filha. Alguns pertences da cerimônia ainda estão guardados perto dos escombros, e para Dona Edna ir até o local é muito triste. “Eu não gosto nem de olhar para lá, porque dá muita tristeza na gente”.

Esperanças

Depois da tragédia, as cerimônias passaram a se realizadas no centro da pastoral, local que Dona Edna considera como uma igreja. “O respeito que eu tinha com a Igreja matriz, eu tenho lá, eu faço as minhas orações, temos um cômodo que é a capela do santíssimo, para mim a igreja está lá”.

Sobre a reconstrução da igreja, Daniele acredita que o templo não ficará igual ao que era, o que a deixa triste, pois ela gostaria que suas duas filhas casassem na Matriz, e que o cenário fosse o mesmo. Já para Dona Edna, as mudanças virão para melhor. Segundo a devota, além de manter os altares como os originais, o novo projeto incluirá dois banheiros e duas sacristias, melhorando a infraestrutura do templo. “Todos os altares estão lá, cada altar no seu lugar, eles (os responsáveis pela reconstrução da igreja) podiam ter demolido, mas não, eles limparam tijolo por tijolo, lavaram o piso, ficou limpinho, se não ficar igual, pelo menos vão tentar deixar o mais parecido possível”.

Entre a tristeza e a esperança de ter a Igreja São Luiz de Tolosa em pé novamente, Dona Edna mantém sua fé. “Eu busco o meu conforto acreditando que Deus deixou que a água levasse (igreja), porque se acontecesse de a igreja desmoronar em cima do povo na hora da missa, seria pior. O meu consolo é que não tinha ninguém dentro, não morreu ninguém”.

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Os escombros da igreja Matriz depois da enchente.


Sabe quem é seu pior inimigo? Você mesmo!

Há duas semanas recebi a notícia de que um querido professor, dos tempos da faculdade, havia falecido devido a complicação de uma pneumonia. Depois vi uma reportagem informando sobre o suicídio do Champignon, ex-integrante da banda Charlie Brown.

Lendo um texto bem reflexivo de Tico Santa Cruz sobre a questão da depressão e outros fatores que levam ao suicídio, lembrei de uma vez dizer que eu era a minha pior inimiga, pois me boicotava inconscientemente. Não percebemos, mas fazemos isso  todo tempo.

Nos auto prejudicamos quando fumamos sem parar, quando bebemos e dirigimos, quando arranjamos desculpas para não enfrentarmos alguns desafios, quando deixamos de tomar uma medicação que talvez salvasse a nossa vida ou até chegar ao ponto máximo de desistir da própria.

Tenho uma doença auto imune e devido a isto, tenho que tomar medicação controlada. Por ter descoberto ainda jovem, às vezes me cansava dessa penitência e abandonava a medicação. Um médico me alertou sobre os riscos de não seguir o tratamento, mas não dei muita atenção, sabe como são os jovens.

Resolvi passar uma temporada no exterior, nesse meio tempo simplesmente toquei o foda-se e só tomava a medicação quando me dava vontade. Resultado, passei sete dias internada, fiz uma cirurgia e quase perdi um dos dedos da minha mão. Senti tanta dor, que em um determinado momento o meu desejo era acabar com o sofrimento e com a minha angústia. Era o caminho mais fácil.

Quando se está fraco, qualquer dor se transforma na pior dor do mundo. Ela invade a alma, no escuro e no silêncio. Sendo física ou não ela fere a alma, egoísta, esvazia a mente e a enche de sombras, então a esperança foge dos olhos e alegria do coração.

Assistindo o último programa do profissão repórter, de novo me veio esse pensamento, de que somos nossos próprios inimigos. Usuários de drogas que não conseguem se livrar do maldito vício e acabam definhando nas ruas.

Somente nós mesmos podemos lutar contra este inimigo invisível que conhece as nossas fraquezas e sabe como nos dominar, mas a questão é como vencê-lo? Sozinho é muito difícil, o apoio, seja de um amigo, familiar, ou alguém disposto a ajudar se torna extremamente necessário.

Eu tive o suporte de grandes amigas, mas sei que a força de vontade de querer lutar, viver, acreditar na vida são tão importantes quanto este apoio. Não devemos deixar que nossos medos nos engulam. Champignon sucumbiu à pressão social e a depressão, meu professor por descuido do tratamento foi levado. E os viciados já não conseguem ter um autodomínio.

Como é difícil enxergar um ponto de luz na escuridão que parece não ter fim, no meu caso tenho muita fé e coragem, com pensamento positivo, sempre acredito no amanhã e agradeço por ter em volta pessoas queridas que se importam comigo e sempre estão dispostas a ajudar. E quem não tem?

 


Mobile Marketing: um novo conceito de publicidade para as empresas

“Antes de ler este texto, envie um SMS com a palavra Mobile Marketing para o número o 5555 e concorra a uma…”. Receber mensagens parecidas como esta se tornou comum na vida de milhões de usuários de telefonia móvel. Este e outros tipos de campanhas para celulares são uma tendência no mercado e despertam o interesse de grandes empresas que apostam nesta opção para atrair mais consumidores.

O marketing para celular ou Mobile Marketing é uma nova maneira de fazer marketing direito, com ele é possível gerar conteúdos para entretenimento, relacionamento e interação com o consumidor.

Um estudo realizado pela empresa Acision e publicado na 7ª edição da MAVAM (Monitor Acision de Valor Agregado Móvel) revelou que o crescimento do Mobile Marketing no Brasil foi impulsionado pelo aumento no uso de smartphones e a utilização da internet móvel.

Para o especialista em mobile e sócio da Agência F.Biz, Marcelo Castelo, o uso do celular, cada vez mais presente na vida das pessoas, facilitou a utilização do aparelho como ferramenta para a publicidade. “O celular é a única mídia interativa que passa 24 horas com o usuário. As pessoas dormem com o telefone ao alcance do braço e a cada momento de pausa no dia a dia, recorrem ao dispositivo, seja para ver se há novas mensagens, jogar ou acessar a internet”, disse ele.

Segundo dados da Anatel, o Brasil já ultrapassou a marca de 100 telefones por 100 habitantes e em janeiro de 2011, as linhas móveis atingiram 205,15 milhões de usuários, o que reflete a expansão da comunicação via mobile e o avanço da tecnologia no país.

A gerente de marketing digital do Grupo Pão de Açúcar, Andrea Dietrich, relata que resolveu investir na campanha via mobile, devido ao fato de ser uma tendência na qual, muitas empresas estão aderindo e pela proximidade que a ferramenta oferece com o cliente. “É uma tendência porque tem sido eficiente no contato cada vez mais próximo com o consumidor. É um canal que constrói um relacionamento ainda mais próximo do cliente com a marca ou serviço” relatou a gerente.

De acordo com Marcelo, as ferramentas disponíveis para a divulgação via telefone móvel, fora as mensagens de SMS (serviço de mensagens curtas), são aplicativos, passando por vídeos para mobile TV, revistas via MMS*, descontos no QR code*, ações de geolocalização, pin codes (código de acesso, muito usado em promoções), entre outros.

Na opinião do especialista não existe uma fórmula pronta para as empresas desempenharem uma campanha de marketing mobile. “Não basta bombardear a divulgação móvel de informações. O resultado é sempre mais positivo quando focado em apenas um item. Atrelar descontos às campanhas, ou diferentes formatos de bonificação, também trazem os melhores resultados” afirmou Castelo.

A pesquisa da Acision também mostrou que cerca de 79,1% das pessoas estão dispostas a receber mensagens em seus celulares, desde que sua privacidade seja respeitada, e que o SMS ainda é a plataforma tecnológica mais eficaz na comunicação móvel com os consumidores.

A vantagem no desenvolvimento dessas campanhas está no fato de se conseguir uma comunicação direta. Segundo a gerente de marketing digital, o impacto é sempre bom e traz resultados, quando a ação é bem desenvolvida. No ano passado o Grupo Pão de Açúcar lançou campanhas direcionadas as plataformas de m-commerce (compra via celular). Aplicativos para iPhone, iPad, Windows Mobile, Android e neste ano para BlackBerry. “Ganhamos alguns prêmios importantes do mercado, sendo reconhecido como um lançamento inovador e pioneiro no varejo”, garante Andrea.

O foco na personalização do conteúdo das campanhas de Mobile Marketing e segmentação dos usuários são fatores importantes, nos quais, segundo o estudo, as empresas devem investir para conquistar espaço no mercado. O levantamento aponta que 65,3% das pessoas entrevistadas são mais receptivas as mensagens, desde que, ofereçam serviços ou produtos já utilizados por elas.

O designer e desenvolvedor de web, Daniel Pereira, não gosta de receber mensagens no celular e nunca participou de nenhuma promoção. Segundo ele, lê apenas as que chamam a atenção com produtos focados no seu próprio interesse.

Andrea Dietrich acredita que as campanhas não podem ser desenvolvidas com uma ação intrusiva, tem que respeitar o ambiente e o conteúdo de acordo com o interesse do cliente.

Evolução do Marketing Mobile

O sócio da F.Biz garante que o Mobile Marketing vive de ciclos no Brasil, desde seu início, por volta de 2004, houve diversos desenvolvimentos, os pincodes, depois o Bluetooth e agora o mercado se depara com os aplicativos e, possivelmente, segundo ele, entrará na fase dos sites móveis no próximo ano.

“É um ótimo momento para o Mobile Marketing e grandes campanhas aparecem por aqui. Os banners do Youtube para divulgação do Carnaval, por exemplo, levaram um milhão de usuários até o site móvel. Campanhas de SMS e MMS também têm alcance de milhões de usuários, sem falar na febre dos tablets que ajudará a fomentar este mercado com novas opções de anúncios e um número cada vez maior de usuários”, completou Castelo.

*MMS sigla em inglês que significa Sistema de Mensagens Multimídia.

* QR-code é um código de barras bi-dimensional que foi criado em 1994 pela empresa japonesa Denso-Wave. QR significa “quick response” devido à capacidade de ser interpretado rapidamente.


Cavalete Andante: uma nova expressão artística

Atualmente a cultura alternativa vem ganhando espaço no meio artístico da sociedade contemporânea. A arte não está mais somente em quadros, nas galerias ou museus, hoje é possível encontrá-la estampada nos muros, nas paredes dentro de casas, em postes, entre outros, e isso atrai o interesse de diversas pessoas e ganha cada vez mais destaque e valorização.

Foi na tentativa de buscar uma nova estética que os artistas plásticos, Bruno A. Pereira Macedo, conhecido como Bruno Perê, que desenvolve trabalhos artístico-pedagógicos voltados à resistência cultural e Jardélio Santos que realiza atividades em espaços diferenciados para promover um estilo novo de expressão, desenvolveram o projeto conhecido como Cavalete Andante.

O objetivo do projeto é levar a arte e a pintura sobre tela para lugares públicos, dialogando com o espaço local e provocando, desta forma, uma intervenção cultural, por meio de processos pictóricos em diferentes suportes, entre eles a madeira e a tela.

A ideia surgiu em dezembro de 2009, enquanto os dois artistas realizavam algumas atividades na Praça Zumbi dos Palmares na Vila Nova Cachoeirinha, com programas que envolviam poesia, grafite, pintura, música e projeções, foi em uma dessas ocupações que Jardélio, ao levar um cavalete de pintura, chamou a atenção da garotada do bairro que se interessou pela novidade. A partir daí, os artistas decidiram criar o projeto Cavalete Andante.

As atividades realizadas por meio do Cavalete Andante passaram a ser chamadas de intervenção-oficina. “A proposta sempre foi permitir com que as pessoas participassem de forma espontânea, com liberdade para explorar as tintas, sobre os suportes encontrados pela praça” declarou Bruno que não pretende dar aula e nem criar um “espaço rígido” durante as aplicações das oficinas. “Procuramos o movimento e novos lugares físicos e criativos que nos tirassem do lugar da pintura convencional com portas fechadas e pregada na parede. A nossa intervenção está na relação com o outro, e dessa relação com o espaço”, completou ele.

Como projeto foi desenvolvido na rua, o foco principal é permitir que as pessoas utilizem o local para desenvolver trabalhos buscando o questionamento e a experimentação da criação e dessa forma descobrir outras possibilidades de compartilhar os processos artísticos. Como explicou Jardélio, “O projeto sensibiliza e traz à tona perspectivas muito diversa. Mostrar como um mesmo cenário pode desembocar em expressões plásticas bastante particulares e diferentes entre si traz à tona uma série de reflexões importantes”.

Paulo O. Meira, também artista plástico, acompanhou indiretamente o desenvolvimento do projeto. Ele aponta que além do trabalho artístico, existe também o lado da questão social, pois permite que as pessoas de comunidades tenham um contato com a pintura, com os artistas e educadores ajudando-as a adquirir conhecimento.

“O projeto agrega conhecimento nas relações entre as pessoas, suas vivências, trocas de informações, levando o acesso à cultura para que as pessoas conheçam um pouco da ferramenta e quem sabe sejam multiplicadores desta ação.” afirmou Paulo.

Geovana Held Ragazi,técnica em design gráfico, participou da oficina, na qual segundo ela, ajudou a aperfeiçoar a visão sobre diversos aspectos, inclusive em relação ao aprimoramento da profissão e experiências enriquecedoras. “Gostei bastante dessa liberdade de poder andar com o cavalete debaixo do braço. Achei interessante eles levarem arte e conhecimento para esses espaços, buscando um público diferenciado,” disse a designer.

Járdelio e Bruno se sentem gratificados com o projeto Cavalete Andante, devido a troca de experiências e acredita que o contato das pessoas com esta nova perpectiva sobre a pintura ajuda no desenvolvimento de um novo olhar. “Experimentar, sentir a matéria das cores, o olhar criativo a procura de novas formas e novos horizontes para compor o trabalho, traz um grande aprendizado vivenciado e praticado na oficina,” concluiram os propositores do projeto.


Guerra e Paz

Faz uma semana que passei em frente ao Memorial da América Latina e vi uma fila imensa para ver a exposição Guerra e Paz de Candido Portinari. Por maior que fosse o tamanho da fila, ainda seria pequena em comparação a grandeza da obra que estava exposta no local.

Confesso que de início não esperava muito, apesar da repercussão que a mídia fez sobre o evento, mas ao entrar naquela sala fiquei vislumbrada. Simplesmente magnífico. Os detalhes, a grandeza, o trabalho, as características, o resultado e a consequência depois de tanta dedicação àqueles painéis. Tudo tão esplendoroso.

“As coisas comoventes ferem de morte o artista e sua única salvação é retransmitir a mensagem que recebe. Eu pergunto quais as coisas comoventes neste mundo de hoje? Não são por acaso as tragédias provocadas pelas guerras, as tragédias provocadas elas injustiças, pela desigualdade e pela fome? Haverá na natureza qualquer coisa que grite mais alto ao coração do que isso?…” trecho do discurso de Portinati a intelectuais e artistas em Buenos Aires, em 1947.

A Criação

Os dois maiores painéis foram pintados por Portinari entre 1952 e 1956 a pedido do governo brasileiro para presentear a ONU. A obra fica em local restrito, por isso o desejo de que elas fossem expostas aqui no Brasil.

Foram mais de 100 estudos preparatórios para a produção do Guerra e Paz que revelam a preocupação do autor com os detalhes característicos de cada obra.

Paz

Guerra

 

No painel Guerra é possível observar a predominância de tons escuros, principalmente da cor azul que, passando por toda a sua escala de tonalidades, retrata a tristeza, a dor, o sofrimento, a morte, ora na dor da mãe que perde o filho, ora nos cavaleiros apocalípticos.

A Paz vem retratada na leveza dos tons pastéis, particularizada pelo dourado, o pintor mostrar a alegria, a vida, a harmonia, a paz na ciranda, no canto e nas brincadeiras das crianças, no trabalho produtivo.

Os painéis foram restaurados entre fevereiro e maio de 2011, no Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro. Possui 14 metros de altura por 10 metros de largura cada um. São compostos por 28 placas de madeira com 2,2 metros de altura por 5 metros de largura.

O Criador

Candido Portinari nasceu no dia 30 de dezembro de 1903, na cidade de Brodowski, no estado de São Paulo. Com 15 anos mudou-se para o Rio de Janeiro.

Não apostou na educação escolar, mas conseguiu se tornar um dos mais famosos pintores das Américas graças ao seu talento. Dizem que começou o seu trabalho seguindo o conselho de Tolstoi, “se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia…”.

Mesmo avisado pelos médicos sobre o risco a saúde que o trabalho traria, o pintor não recuou e completou o maior desafio da sua vida, pintar Guerra e Paz. Portinari faleceu em 6 de fevereiro de 1962 intoxicado por sua matéria prima.

Quando eu visitei a exposição não havia muitas pessoas na fila, mas tenho certeza que para os que esperaram embaixo do sol ou no frio, horas e horas, saíram com a certeza que o esforço valeu a pena. Para aqueles que não viram, fica a esperança de um dia terem esse privilégio.

A Guerra e a Paz de Portinari

“A guerra é uma cavalgada
cruzando o azul da paisagem
cortejo de fome e de morte
ferindo o coração dos homens.
A mulher velando o filho morto
a mulher e a criança chorando
a mãe e a filha em desespero
de cabeças rolando na grama.
A guerra são os quatro cavalos
regendo a sinfonia de dores
são os braços erguidos em prece
pedindo o final dos horrores.
A paz é um coro de meninos
é a voz eterna da infância
as mulheres dançando na roça
os meninos pulando carniça.
É a noiva de branco sorrindo
na garupa de um cavalo branco
a mulher carrega um carneiro
crianças no espaço balançam.
A paz está nos meninos
que brincam nos campos da infância
nos homens, nas mulheres cantando
a harmonia, a esperança.”

Fernando Brant


No eixo da cultura brasileira e responsabilidade social

Neste finde doidera, sim, porque como dizia Raul Seixas, “Eu não são louco, mas o mundo que não entende a minha lucidez”, conheci dois lugares muito bacanas, conheci pessoas interessantes e voltei a minha essência de vida, longe do mundo capitalista que há muito tempo mergulhei e me deixe levar.

Agora que tenho a liberdade de ir e vir todos os dias da semana, sem o cansaço e a pressão de uma rotina estressante e sem ter o cérebro condicionado a uma realidade alienada, limpei a minha mente e abri para adquirir novas culturas.

Mas chega de blá,blá, vamos ao que interessa, primeiramente quero falar do Matilha Cultura, um centro cultural independente, como eles mesmo denominam o lugar, quem acompanha o catraca livre deve conhecer, mas para quem não conhece, fica ali pertinho da Consolação, na Rêgo Freitas, 542, em Sampa.

Vibe muito boa, galera tranquila e programação para quase todos os dias, menos para segunda, quando a casa fecha para o público, lá você respira arte e cultura, lugar de exposições, debates, músicas e cursos, sem falar na preocupação com os bichinhos de estimação, vira e mexe rola uma feira de adoção no local.

Preocupados com a sustentabilidade, direitos humanos e a disseminação de movimentos artísticos independentes, os eventos são gratuitos ou a preços populares. Para manter o local, o centro cultural conta com patrocínios institucionais e com a locação para eventos privados.

Vale a pena conferir e conhecer mais sobre a história de lugar que une bastantes assuntos que fazem a diferença para a nossa sociedade! http://matilhacultural.com.br/

Fora do Eixo

Não escolhemos a nossa família, mas os amigos são a família que escolhemos, e foi por meio de uma irmã amiga que chego ao Fora do Eixo, claro que a fome por novidades e o detalhe da cerveja gratuita pesou muito na decisão de sair na chuva e no frio para conhecer esse movimento.

O lugar também é bem bacana, com grafite, espaço para bandas se apresentarem e difusão de muita cultura, voltado para a cena musical. A ONG existe em vários lugares do Brasil, inclusive começou com uma parceria entre Mato Grosso, Acre e Londrina no final de 2005. Atualmente já expande informação para a América Latina.

O objetivo é permitir a interação e incentivo da divulgação da música pelo Brasil e pelo mundo, promovendo festivais e debates.  O portal tem a opção para quem quer se registrar e fazer parte dessa comunidade. O site está em manutenção, mas fica o endereço para quem quiser conhecer mais sobre a iniciativa: http://foradoeixo.org.br/

Além das apresentações musicais, foi apresentado o documentário interessante sobre o estilo musical bem característico da região do Pará e que hoje já é bem conhecido no Brasil inteiro, o tecnobrega.

Pimp my carroça

E o grafiteiro Mundano falou um pouco do seu projeto que pretende, por meio da arte, chamar a atenção da sociedade para os catadores de rua que passam quase sempre invisíveis pelas pessoas da cidade.

O projeto denominado Pimp my carroça pretende arrecadar o valor necessário para reformar o carrinho dos catadores que os utilizam como ferramenta para recolher materiais que são reciclados, além de ajudar e muito o meio ambiente e ser uma fonte de renda para estas pessoas.

Se atingir o 100% da verba para realizar o projeto, será feita uma ação social, em que serão reformadas 50 carroças com desenhos e mensagens, além de equipá-las com itens de segurança como lanternas, retrovisores, faixas reflexivas, luvas e cordas.

O projeto é bem interessante porque dá o valor merecido para os catadores que fazem um trabalho pesado nas ruas e são desrespeitados pela grande parte da população.
Segue o vídeo sobre o projeto:


O Informante (The insider)

Dirigido por Michael Thomas Mann, nascido na cidade de Chicago, Illinois, EUA, no dia 5 de fevereiro de 1943.

Mann começou a sua carreira nos anos 70, como escritor de roteiros para TV, com mais de 30 anos de experiência em Hollywood, além de escritor, diretor e produtor, uma de suas características é operar ele próprio a câmera de fotografia e dar aos seus filmes um sentimento de realismo.

Dirigiu diversos filmes como: Miami Vice (2006), Colateral (2004), Ali (2001), O últimos dos moicanos (1992) entre outros; e produziu O aviador (2004) e Hancok (2008).

O informante é um filme baseado em fatos reais, indicado em diversas premiações como o Globo de Ouro e ao Oscar em 2000. Nas sete categorias ao Oscar, concorreu em melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor montagem e melhor som. Estrelado por grandes nomes do cinema Hollywoodiano como Al Pacino, Russel Crowe e Chistopher Plummer.

O filme procura mostrar a trajetória do ex-vice-presidente Jeffrey Wigand (Russel Crowe) de uma das empresas da indústria tabagistas, a Brown & Williamson, que decide divulgar para a imprensa alguns dados sigilosos sobre o conteúdo da fabricação dos cigarros. O produtor Lowell Bergman (Al Pacino), do programa jornalístico, 60 minutos, da rede americana CBS, compromete-se a ajudar sua fonte a expor todas as informações sobre os componentes do cigarro, que ele julga muito importante para o conhecimento de toda sociedade americana.

Mas colocar em risco a própria vida e da família para lutar contra estes gigantes do tabaco ou mesmo a sua carreira e a empresa em que trabalha é o que faz Jeffrey e Lowell, respectivamente, que se unem para levar ao ar a entrevista que alerta a população e revela as intenções dos maiores presidentes destas empresas. Jeffrey que possui um contrato de sigilo com a empresa em que trabalhou luta pela segurança de sua família e para não perde-la. E Lowell para convencer sua fonte a divulgar as informações e, posteriormente, a empresa em levar ao ar a entrevista, que correndo risco de consequências em interesses econômicos e processos pela empresa Brown & Williamson, recusa a publicá-la inteiramente.

É possível perceber dois pontos colocados em questão. O império da indústria do tabaco e o papel da imprensa.
Até onde chega o poderio da indústria tabagista para colocar-se acima de tudo e de todos? Até que ponto o jornalista coloca em jogo a sua carreira confrontando a instituição em que trabalha e arriscando a sua credibilidade com a sua fonte? O que vemos é o puro jornalismo em compromisso com a verdade.

Um dos fatos polêmicos que encontramos até hoje e a questão do vício provocado pelos cigarros, os males que causam na saúde da população, o manipulamento desta droga que causa dependência e provoca a morte de milhões de pessoas por ano.

As empresas ligadas a este setor do tabaco insistem em dizer que o cigarro não causa danos à saúde e que suas propriedades não viciam, o filme chama a atenção para este ponto, da divulgação de informações perante a mídia, para a conscientização da população sobre os danos maléficos dos cigarros.

Levando em consideração o fator econômico, qualquer um que queira bater de frente com está indústria altamente lucrativa que é o cigarro acaba encarando as maiores dificuldades jurídicas como percebemos no filme no qual insinuam, e com razão, que estas indústrias têm os melhores advogados do mundo e que não perdem nunca.

As atitudes que o produtor toma tanto na aproximação com a fonte e nas artimanhas para conquistar o seu objetivo é um fato para se levar em consideração. Se questionarmos hoje em dia, que jornalista colocaria a sua carreira em risco e o nome da empresa em que trabalha para levar a verdade para o seu público?! Entre tantas barreiras que surgem no caminho para a publicação de uma reportagem, “O Informante” mostra o que seria um case impossível de acontecer. O mundo real é bem diferente do mundo fictício.

O informante é um filme bom para observar o imperialismo das indústrias tabagistas e o papel do jornalismo diante de informações tão bombásticas, mas é preciso levar em consideração que se tratando de um drama muitos fatos são exagerados, cabe cada um discernir o que podemos transpor para a vida real ou não. A imprensa foi muito bem representada por Al Pacino, pois mostra o que muitos jornalistas gostariam de viver um dia em que o compromisso com a verdade está acima de tudo.