Arquivo do mês: abril 2012

O Informante (The insider)

Dirigido por Michael Thomas Mann, nascido na cidade de Chicago, Illinois, EUA, no dia 5 de fevereiro de 1943.

Mann começou a sua carreira nos anos 70, como escritor de roteiros para TV, com mais de 30 anos de experiência em Hollywood, além de escritor, diretor e produtor, uma de suas características é operar ele próprio a câmera de fotografia e dar aos seus filmes um sentimento de realismo.

Dirigiu diversos filmes como: Miami Vice (2006), Colateral (2004), Ali (2001), O últimos dos moicanos (1992) entre outros; e produziu O aviador (2004) e Hancok (2008).

O informante é um filme baseado em fatos reais, indicado em diversas premiações como o Globo de Ouro e ao Oscar em 2000. Nas sete categorias ao Oscar, concorreu em melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor montagem e melhor som. Estrelado por grandes nomes do cinema Hollywoodiano como Al Pacino, Russel Crowe e Chistopher Plummer.

O filme procura mostrar a trajetória do ex-vice-presidente Jeffrey Wigand (Russel Crowe) de uma das empresas da indústria tabagistas, a Brown & Williamson, que decide divulgar para a imprensa alguns dados sigilosos sobre o conteúdo da fabricação dos cigarros. O produtor Lowell Bergman (Al Pacino), do programa jornalístico, 60 minutos, da rede americana CBS, compromete-se a ajudar sua fonte a expor todas as informações sobre os componentes do cigarro, que ele julga muito importante para o conhecimento de toda sociedade americana.

Mas colocar em risco a própria vida e da família para lutar contra estes gigantes do tabaco ou mesmo a sua carreira e a empresa em que trabalha é o que faz Jeffrey e Lowell, respectivamente, que se unem para levar ao ar a entrevista que alerta a população e revela as intenções dos maiores presidentes destas empresas. Jeffrey que possui um contrato de sigilo com a empresa em que trabalhou luta pela segurança de sua família e para não perde-la. E Lowell para convencer sua fonte a divulgar as informações e, posteriormente, a empresa em levar ao ar a entrevista, que correndo risco de consequências em interesses econômicos e processos pela empresa Brown & Williamson, recusa a publicá-la inteiramente.

É possível perceber dois pontos colocados em questão. O império da indústria do tabaco e o papel da imprensa.
Até onde chega o poderio da indústria tabagista para colocar-se acima de tudo e de todos? Até que ponto o jornalista coloca em jogo a sua carreira confrontando a instituição em que trabalha e arriscando a sua credibilidade com a sua fonte? O que vemos é o puro jornalismo em compromisso com a verdade.

Um dos fatos polêmicos que encontramos até hoje e a questão do vício provocado pelos cigarros, os males que causam na saúde da população, o manipulamento desta droga que causa dependência e provoca a morte de milhões de pessoas por ano.

As empresas ligadas a este setor do tabaco insistem em dizer que o cigarro não causa danos à saúde e que suas propriedades não viciam, o filme chama a atenção para este ponto, da divulgação de informações perante a mídia, para a conscientização da população sobre os danos maléficos dos cigarros.

Levando em consideração o fator econômico, qualquer um que queira bater de frente com está indústria altamente lucrativa que é o cigarro acaba encarando as maiores dificuldades jurídicas como percebemos no filme no qual insinuam, e com razão, que estas indústrias têm os melhores advogados do mundo e que não perdem nunca.

As atitudes que o produtor toma tanto na aproximação com a fonte e nas artimanhas para conquistar o seu objetivo é um fato para se levar em consideração. Se questionarmos hoje em dia, que jornalista colocaria a sua carreira em risco e o nome da empresa em que trabalha para levar a verdade para o seu público?! Entre tantas barreiras que surgem no caminho para a publicação de uma reportagem, “O Informante” mostra o que seria um case impossível de acontecer. O mundo real é bem diferente do mundo fictício.

O informante é um filme bom para observar o imperialismo das indústrias tabagistas e o papel do jornalismo diante de informações tão bombásticas, mas é preciso levar em consideração que se tratando de um drama muitos fatos são exagerados, cabe cada um discernir o que podemos transpor para a vida real ou não. A imprensa foi muito bem representada por Al Pacino, pois mostra o que muitos jornalistas gostariam de viver um dia em que o compromisso com a verdade está acima de tudo.


Entre a realidade e a ficção

É no Centro Cultural de São Paulo que encontro Tárcio Rodrigues dos Santos, 54 anos de idade. Um homem simples, com 1,52 de altura e um andar desengonçado, diga-se de passagem, o que representa bem a sua aparência. Daquelas pessoas que não se importam muito com a opinião dos outros, o projecionista, conhecido por todos como Mãozinha, me leva até uma pequena sala para começar a entrevista. Quando aviso que vou gravar ele logo adverte que é fanho e só vai falar o que achar necessário.

Universo paralelo, Mãozinha na sala do Lima Barreto com os seus seis dedos em cada mão e pé

Nasceu na cidade de São Paulo no bairro da Penha em 1946.   Faz questão de dizer que antigamente dizia-se Penha de França. Nunca se casou e nem pensa nisso. Hoje mora sozinho no bairro Freguesia do Ó, e assim prefere, não gosta de dizer aonde vai para ninguém.

“É para ficar tranquilo”. Isso dá indícios das razões que o levaram a manter-se solteiro, “tenho muito que aproveitar”.

Respeitável público…

Começou a vida entre a alegria do circo e o fascínio pelo cinema. Com 5 anos e por vocação, sem influência da família, desempenhou a arte do malabarismo e de palhaço. Então você foi um palhaço? “Não, sou até hoje, só parei com o circo”. A partir daí, ele enumera os lugares que fizeram parte da sua história: Circo Astro, Garcia, Orlando Orfei e Circo Bandeirantes.

Ele conta que em 1976, atravessava um cabo de aço a180 metros de altura com uma barra de equilíbrio de40 metrosde comprimento. Seu maior inimigo era o vento, porque queria derrubá-lo e a queda… Se era perigoso? Ele acredita que a vida já é um perigo e precisava conquistar a platéia. “Não adianta ser um artista circense e não agradar o público”.

O circo Bandeirantes foi o último em que trabalhou. Entre lembranças boas e ruins, ele conta sobre o acordo entre o Sérgio Malandro e o circo que garantiu espetáculos de qualidade durante cinco anos até 1982, ano que sofreu um acidente. “Fui dar um salto mortal e a espia (cabo de aço para a fixação das barras de metal) escapou, a barra caiu e fui para o chão. O tombo foi tão feio que eu quase morri”. Ele ficou 90 dias em coma induzido, depois começou a terapia de recuperação, tratamento que o ex-circense relembra como parte mais difícil, mais dolorida que a própria queda que o levou ao hospital.

Mesmo depois do acidente sofrido, ele não deixou o picadeiro de lado e voltou a freqüentar o Bandeirantes, agora como circo mambembe, circo-teatro, com peças destinadas a todos os públicos e shows aos finais de semana. “Tínhamos grandes shows, Milionário e José Rico, Chitãozinho e Chororó, Zezé Di Camargo e Luciano, que antes de serem famosos iam cantar no circo, agora são famosos e nem…” Faz gesto de desdém.

Para matar as saudades, ele assiste aos espetáculos que aparecem no Centro Cultural, ou participa das viradas culturais que permitem o acesso às atrações circenses. E não é a toa que ele se considera palhaço até hoje, sua marca registrada é o “boa tarde” que ao chegar dá para a turma. “Quando chego à escada na descida para o escritório, eu grito ‘boa tarde’ a todos, e todo mundo responde, depois vou para o outro lado e faço a mesma coisa, e todo mundo dá risada, até o diretor dá risada”.

Cinema Paradiso

Apesar de tudo, o projecionista-circense revela que entre um palco e uma sala de projeção prefere o segundo, já que frequentava o circo somente nas folgas do cinema. É na cinematografia, termo que ele mesmo prefere usar, que começou a sua segunda profissão, primeiramente limpando os banheiros do cinema e depois aos 12 anos aprendeu a rodar e emendar filmes, colocar no projetor, entre outros. Na época usava projetores de carvão, o que exigia um cuidado especial para que a luz produzida permanecesse estável e não escurecesse a tela.

Sem perder o orgulho de listar os lugares pelo qual passou, ele também enumera as salas nos quais exerceu a função: Cine São Geraldo, Penharama, Cine Júpiter, Cinema Saturno, Penha Palace, Cine Caboclo, Cine São Sebastião, Cine Paganini, Cinemateca Brasileira e Museu da Imagem e Som na Avenida Europa. A maioria das salas de cinema em que trabalhou, segundo ele, já não existe mais ou viraram supermercados, igreja evangélica, estacionamento ou foram demolidas para dar espaço a prédios residenciais.

Nunca fez curso de projecionista, aprendeu com os técnicos e a experiência, ao longo de seus 42 anos de carreira. No Centro Cultural está há pouco mais de cinco anos, a convite do cineasta Plácido de Campos Júnior. “Quando cheguei aqui, o equipamento eu já conhecia, rodava o filme, trabalhava 16, 18, horas, sozinho”. Para ele é uma honra trabalhar no Centro Cultural, se sente respeitado, rodeado de amigos e considera um local sossegado, pois lá conheceu grandes nomes do cinema brasileiro, como Héctor Babenco, Carlos Reichenbach, Tatá Amaral e Tony Ramos.

Ele me apresenta a sala Lima Barreto, onde realiza as projeções do filmes, um lugar pequeno, escuro e silencioso. Quando não está na projeção, ele costuma ficar em seu “cantinho”, uma salinha debaixo da escada, bagunçada, na qual, ele se sente a vontade, cheia de latas de rolos de filmes e materiais de cinema.

Para os que trabalham no Centro Cultural de São Paulo, Mãozinha é um homem bem conhecido. O bombeiro Elieser de Oliveira brinca ao chamá-lo de Jurassic do cinema. Sempre disposto a conversar sobre todos os assuntos e um conhecedor que tira as dúvidas de qualquer um que queira saber mais sobre a cinematografia.

O apelido “Mãozinha”

Pergunte pelo “seu Tárcio” no Centro Cultural. A resposta será a mesma. Ou a pessoa não o conhece ou não sabe quem é, mas o Mãozinha, esse sim, todos conhecem.

O apelido foi dado por um parceiro de projeção da época do Cine São Geraldo, Paulo Gonçalves ou Pinguinha. “Todos os operadores de cinema tinham apelido”. Pinguinha o apelidou ao perceber que Mãozinha é portador de polidactilia, ou seja, tem seis dedos em cada mão e em cada pé. “Você tem seis dedos? Eu tenho, então a partir de hoje você é o Mãozinha”. Ele conta que nessa época também assistia à Família Adams e sempre via a mãozinha, um dos personagens do seriado, o que ajudou a reforçar o apelido que o segue há mais de 20 anos e não o incomoda, pois garante a sua fama.

Sem sonhos, nem esperanças…

Como algumas pessoas que não veem uma perspectiva de mudança ou melhora de vida, ele não tem sonhos. Para ele tudo é passageiro, como ele mesmo diz “Começa hoje e termina amanhã, tudo é esquecido. Tudo é passado, nada é eterno”. Mas enfatiza a necessidade de planejar a vida. “Mesmo que tudo dê errado, você pode acertar lá na frente”.

Não expressa entusiasmo em contar as aventuras que viveu. Pensou em largar o serviço no cinema. Pessimista acredita que poderia ter um presente bem pior do que a atual realidade, ou preso em uma cadeia ou em uma vala de cemitério. Agradece a Deus pelo destino que garantiu o trabalho no Centro Cultural. Apesar de me dizer que se sente tranquilo e sossegado, a insegurança pela falta de uma estabilidade profissional o incomoda, sabe que uma hora ou outra pode ficar desempregado, por não ser funcionário público.

Para ele nenhuma profissão que exerceu foi valorizada, nem no circo e nem no cinema, somente o dinheiro importa, mas ele se dá o valor. “Mesmo que o patrão não goste de você, você tem que fazer o seu melhor e não deixar que os outros o critiquem por trás”. Ele acredita que a extinção da profissão de projecionista tem data marcada daqui a 20 anos, com o avanço da tecnologia e com o cinema digital.

Finaliza deixando um recado. Pede para que as pessoas aprendam e frequentem mais o cinema, sejam eles de bairro, centro ou shopping. E sai sem dizer aonde vai.


भारत – Índia

Quem não tem vontade de conhecer a Índia? Ou pelo menos possui o mínimo de curiosidade sobre seus deuses e mitos?
O Ministério da Cultura e Banco do Brasil oferecem até o dia 29 de abril, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), uma oportunidade para os interessados em conhecer um pouco da história da Índia e sua cultura.

Alice visitou a exposição e divide um pouco dessa experiência!

Ganesha, deus da sabedoria, portador da sorte e removedor de obstáculos

Logo quando chego ao CCBB, vejo a estátua de Ganesha, um dos deuses cultuado tanto por hinduístas, quanto por budistas e jainistas. Diz a história que Ganesha foi gerado por Parvati ao sentir-se solitária com a ausência de Shiva, que havia se ausentado para meditar. Com a missão de guardar a entrada da casa, Ganesha impede a entrada de Shiva. O deus sem saber sobre a origem do filho fica com raiva e corta-lhe a cabeça. Para consolar Parvati, que estava muito triste com a tragédia, traz o filho a vida e substitui a cabeça cortada pela da primeira criatura viva que encontrou. Um elefante!

Essa é só uma das histórias interessantes que conheço no Centro Cultural.

Senta que lá vem história!

Primeiramente um pouco de contexto histórico sobre a Índia. Uma das mais antigas civilizações do planeta, é um lugar que reuni religiões, costumes e grupos étnicos que se estabeleceram na região há mais de 8 mil anos.

A exposição reúne fotografias, peças e vídeos sobre o cotidiano, cinema, religião, literatura e música do país que possui atualmente 1,2 bilhão de pessoas e 23 idiomas oficiais, dá para imaginar? 23 idiomas!
São obras vindas do Museu de Arte Asiática de Berlim, colecionadores, entre outros.

Entre 1500 e 1000 a.C. o subcontinente foi ocupado pelos arianos vindos da Ásia Central que introduziram a religião védica com sua crença de destruição e recriação do Universo e de todas as criaturas vivas. No período entre 1528 a 1858, o país viveu a dinastia Mughal, o mais longo e poderoso império islâmico. Depois vieram as colonizações pelos portugueses e pelos britânicos, em 1858, até se tornarem livres em 1947, após pressões constantes do povo liderado pelo Mahatma Gandhi.

Os fracos nunca podem perdoar. O perdão é atributo dos fortes (Gandhi)

Inclusive é possível apreciar um busto gigante de Gandhi e trechos da trajetória de vida de um dos maiores líderes que o mundo teve conhecimento, um homem que por meio da paz liderou uma legião de pessoas e trouxe a independência para o seu país. Gandhi nasceu em 1869, estudou direito em Londres, defendeu cinco pontos: igualdade, nenhum uso de álcool ou droga, unidade hindu-muçulmano, amizade e igualdade para as mulheres. Esses pontos são representados pelos dedos da mão, conectados ao pulso, que simboliza a não-violência.

Gandhi desenvolveu e propagou a filosofia que ficou conhecida como a força da verdade, Satyagraha, no qual defendia o princípio da não-agressão, uma forma não-violenta de protesto e que foi usada por grandes líderes como Martin Luther King e Nelson Mandela na luta pelos direitos humanos.

O grande revolucionário pacifista morreu em 1948, assassinado por um hindu radical que responsabilizava Gandhi pelo enfraquecimento do novo governo.

Música, cultura e deuses

A Índia por ser um país no qual a maioria da população é iletrada tem grande parte da sua história contada por meio de teatro de fantoches, pinturas, danças e da música.

Na crença hinduísta existem três principais deuses: Brahma, criador do universo. Vishnu, o poder da existência, a preservação e o equilíbrio do universo e Shiva, a destruição, transformação para o novo renascimento. Desta forma, para o hinduísmo, o tempo sempre recomeça em um movimento circular: Brahma cria, Vishnu preserva, Shiva destrói e Brahma cria de novo, o que difere do nosso tempo, no qual seguimos a trajetória do passado, presente e futuro.

Falando ainda sobre a crença hinduísta, o deus Vishnu possui dez avatares.* Diz a crença que esses avatares foram à Terra em momento de grande perigo para restaurar a harmonia. São:

Matsya – o Peixe
Kurma – a Tartaruga
Varaha- o Javali
Narasimha – o Homem-leão
Vamana- o Anão
Parashurama – o Homem com o machado
Rama – o Arqueiro
Krishna – deu origem ao movimento Hare Krishna
Buda – o Iluminado (Siddhartha Gautama)
Kalki – o Espadachim montado a cavalo. (Segundo os hindus, este avatar ainda está por vir).

* a palavra avatar, em sânscrito, avatãra, significa “descida”.

Parvati é uma deusa hindu, esposa de Shiva e a encarnação da energia total do universo. É considerada uma deusa benigna, a suprema Mãe Divina, e todas as outras deusas são referidas como encarnações ou manifestações dela.

Cada deus é transportado por um animal. O veículo de Shiva é um touro branco, denominado Nandi, significa “aquele que dá alegria”, sua imagem é encontrada em templos dedicados ao deus. Ganesha é transportado por um rato.

Boneco feito de couro de cabra usado para contar histórias

Na exposição é possível conferir alguns bonecos utilizados para contar as histórias sobre os deuses. Alguns são marionetes, outros feitos de couro de cabra, bem esticados, pintados com cores vivas e com furinhos para que a luz transpasse criando um efeito de luz e sombra. Nas apresentações os bonecos ficam atrás de uma tela de algodão e são iluminados. Há um vídeo que mostra como esses bonecos são manipulados.

Você também tem a oportunidade de conhecer alguns instrumentos típicos da Índia.

Instrumento que representa o masculino e o feminino

Tabla é um instrumento de percussão que se toca com dois tambores: um menor, feito de madeira, para tocar com a mão direita e que representa o princípio feminino, e outro mais largo de metal, para ser tocado com a outra mão e representa o masculino.

Sarangi tem duas cordas tocadas por um arco, especialistas atribuem a ele a origem do violino.

Sitar foi usado por George Harrison, dos Beatles, a primeira banda a introduzir sonoridade indiana no ocidente

Sitar é um instrumento de corda usado principalmente na música clássica hindu.

Veena é parecido com o sitar, também um instrumento de corda, é relacionado a deusa da sabedoria (Sarasvati) e conhecido como a mãe ou rainha de todos os instrumentos indianos.

Pungi, um instrumento de sopro muito conhecido usado por encantadores de serpentes, que passam urina de rato e ao soprar, atiçam as cobras pelo odor,  o que dá a impressão de que elas estão hipnotizadas pelo som.

O mantra, poema ou som religioso, em sânscrito, significa Man “mente” e tra “alavanca”, é usado como orações repetidas. Por meio dele, você pode facilitar a meditação, energizar, despertar ou adormecer e desenvolver chakras. É importante que a pessoa saiba o significado do mantra para entoá-lo e deter o poder específico desejado.

Varnas

As castas ou varnas, como é dividida a sociedade na Índia, teria se originado de uma parte do corpo do deus Brahma:

Boca: os sacerdotes, filósofos e músicos clássicos, são os Brâmanes.

Braço: os guerreiros e os antigos príncipes. Funções de natureza política e militar. São os Kshatriyas.

Coxas: a população em geral, como os comerciantes. São os Vaishyas.Pés: os servos. São os Sudras.

Ainda existem os intocáveis, aqueles que realizam trabalhos considerados desprezíveis, como a limpeza de esgotos e lixo. São os párias, ou também conhecidos como dalit.

Apesar do sistema ter sido abolido em 1950, ele ainda permanece vivo na cultura indiana e hoje é possível que qualquer pessoa possa alcançar lugares de destaque na sociedade, mas ainda existe o preconceito por parte da população.

O Budismo

A religião budista surgiu na crença hindu.
Conta a história que Siddhartha, avatar de Vishnu, nasceu no Himalaia e era herdeiro do rei da casta dos Kshatriya. O príncipe viveu a infância e a juventude longe da realidade social. Um dia quando resolveu sair do palácio e conhecer o mundo, encontrou três situações até então desconhecidas por ele: velhice, doença e morte. Impressionado, decide, aos 29 anos, abrir mão de todo o seu reino e bens para sair pelo mundo em busca de conhecimento que o libertasse do sofrimento e o conduzisse à serenidade. Após anos de meditação e jejum, ele compreende que o caminho para a iluminação está no equilíbrio entre o sacrifício e o conforto.

Conhecido como Buda, o iluminado, seus ensinamentos mostram que todas as pessoas podem alcançar o estado de iluminação plena, o Nirvana, mas para isso precisam esforçar-se para redimir-se de toda forma de ignorância.

Uma mostra rica da cultura indiana, de encher os olhos com belas fotografias, imagens e histórias de um país encantador que, mesmo passando por diversas transformações, se tornou uma das maiores economias do planeta, exportador de tecnologia, e segundo maior mercado na indústria cinematográfica, não perdeu as tradições e rituais milenares que atraem tanto a atenção de estudiosos e especialistas

Amar Bharti levantou o braço pela paz

Uma dica que deixo é assistir o vídeo exibido durante a exposição sobre a vida de fanáticos religiosos, alguns xamãs e seguidores de deuses hindus, como Bharti Amar, que decidiu, há 38 anos, como forma de devoção e reverência ao deus Shiva, permanecer com o braço esquerdo erguido pelo resto da vida. Por conta desse ato devocional, seu braço se tornou inútil.

Vale a pena conferir e adquiri um pouco mais de conhecimentos sobre o esse mundo!


De profundis clamo ad te domine

Ó Pai nosso que estais no céu, não por ser ele circunscrito, mas por dedicar maior amor as primeiras de vossas criações, por todas as criaturas louvado seja vosso nome e poder nas vossas três pessoas. Venha a nós a paz do vosso reino, que aspiramos por vossa bondade, como a vontade própria dos anjos se humilha ante o querer vosso, sob os doces cantos de Hosana, assim se humilhem os homens, todos os dias! Daí-nos o pão cotidiano, sem o qual, neste áspero deserto, retrocede o que julga andar avante. E à medida em que perdoamos a quantos nos fazem mal, perdoai, benignos, os nossos pecados, sem olhar a pequenez de nosso merecimento. Nossa virtude, que tão facilmente se deixa abater, não sujeiteis à prova com a tentação do inimigo antigo, mas fortalecei-a contra ele, que a procura vencer. Esta última prece, senhor, não a fazemos por nós que de seus efeitos já não temos necessidade, mas por aqueles que nos ficaram atrás!

Purgatório, Canto XI. A Divina Comédia. Alighieri, Dante.


Hello Word!

Primeiramente quero apresentar Alice, a que nasceu ontem, a que vive em um mundo à parte, cheia de imaginações, sonhos e desejos.
Sabe o que ela deseja?

Deseja tudo;
Deseja o mundo;
Deseja a glória;
Deseja a vitória;
Deseja a sorte;
Deseja a morte;
Deseja você e a mim também;
Deseja a loucura;
Deseja a fortuna;
Deseja amor!

Agora falando um pouco do blog.  Sabendo bem, na verdade,  terá um pouco de tudo, pois teremos informações, pensamentos, poesia, histórias, ou seja, de tudo um pouco. Sabendo bem tem dois significados: sabendo bem mesmo, ou ironicamente, tá sabendo legal. Enfim, o importante mesmo é escrever para o mundo o que Alice pensa!