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O Informante (The insider)

Dirigido por Michael Thomas Mann, nascido na cidade de Chicago, Illinois, EUA, no dia 5 de fevereiro de 1943.

Mann começou a sua carreira nos anos 70, como escritor de roteiros para TV, com mais de 30 anos de experiência em Hollywood, além de escritor, diretor e produtor, uma de suas características é operar ele próprio a câmera de fotografia e dar aos seus filmes um sentimento de realismo.

Dirigiu diversos filmes como: Miami Vice (2006), Colateral (2004), Ali (2001), O últimos dos moicanos (1992) entre outros; e produziu O aviador (2004) e Hancok (2008).

O informante é um filme baseado em fatos reais, indicado em diversas premiações como o Globo de Ouro e ao Oscar em 2000. Nas sete categorias ao Oscar, concorreu em melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor montagem e melhor som. Estrelado por grandes nomes do cinema Hollywoodiano como Al Pacino, Russel Crowe e Chistopher Plummer.

O filme procura mostrar a trajetória do ex-vice-presidente Jeffrey Wigand (Russel Crowe) de uma das empresas da indústria tabagistas, a Brown & Williamson, que decide divulgar para a imprensa alguns dados sigilosos sobre o conteúdo da fabricação dos cigarros. O produtor Lowell Bergman (Al Pacino), do programa jornalístico, 60 minutos, da rede americana CBS, compromete-se a ajudar sua fonte a expor todas as informações sobre os componentes do cigarro, que ele julga muito importante para o conhecimento de toda sociedade americana.

Mas colocar em risco a própria vida e da família para lutar contra estes gigantes do tabaco ou mesmo a sua carreira e a empresa em que trabalha é o que faz Jeffrey e Lowell, respectivamente, que se unem para levar ao ar a entrevista que alerta a população e revela as intenções dos maiores presidentes destas empresas. Jeffrey que possui um contrato de sigilo com a empresa em que trabalhou luta pela segurança de sua família e para não perde-la. E Lowell para convencer sua fonte a divulgar as informações e, posteriormente, a empresa em levar ao ar a entrevista, que correndo risco de consequências em interesses econômicos e processos pela empresa Brown & Williamson, recusa a publicá-la inteiramente.

É possível perceber dois pontos colocados em questão. O império da indústria do tabaco e o papel da imprensa.
Até onde chega o poderio da indústria tabagista para colocar-se acima de tudo e de todos? Até que ponto o jornalista coloca em jogo a sua carreira confrontando a instituição em que trabalha e arriscando a sua credibilidade com a sua fonte? O que vemos é o puro jornalismo em compromisso com a verdade.

Um dos fatos polêmicos que encontramos até hoje e a questão do vício provocado pelos cigarros, os males que causam na saúde da população, o manipulamento desta droga que causa dependência e provoca a morte de milhões de pessoas por ano.

As empresas ligadas a este setor do tabaco insistem em dizer que o cigarro não causa danos à saúde e que suas propriedades não viciam, o filme chama a atenção para este ponto, da divulgação de informações perante a mídia, para a conscientização da população sobre os danos maléficos dos cigarros.

Levando em consideração o fator econômico, qualquer um que queira bater de frente com está indústria altamente lucrativa que é o cigarro acaba encarando as maiores dificuldades jurídicas como percebemos no filme no qual insinuam, e com razão, que estas indústrias têm os melhores advogados do mundo e que não perdem nunca.

As atitudes que o produtor toma tanto na aproximação com a fonte e nas artimanhas para conquistar o seu objetivo é um fato para se levar em consideração. Se questionarmos hoje em dia, que jornalista colocaria a sua carreira em risco e o nome da empresa em que trabalha para levar a verdade para o seu público?! Entre tantas barreiras que surgem no caminho para a publicação de uma reportagem, “O Informante” mostra o que seria um case impossível de acontecer. O mundo real é bem diferente do mundo fictício.

O informante é um filme bom para observar o imperialismo das indústrias tabagistas e o papel do jornalismo diante de informações tão bombásticas, mas é preciso levar em consideração que se tratando de um drama muitos fatos são exagerados, cabe cada um discernir o que podemos transpor para a vida real ou não. A imprensa foi muito bem representada por Al Pacino, pois mostra o que muitos jornalistas gostariam de viver um dia em que o compromisso com a verdade está acima de tudo.